Tendências em gestão estratégica e planejamento para 2025

Solução levou mais dinamismo, integração e eficácia aos processos entre as áreas
Com a ideia de melhorar a gestão, empresas de diferentes setores iniciam um processo comum: revisar resultados, ajustar rotas e projetar os próximos passos. Esse movimento ganha ainda mais relevância em ambientes de alta complexidade, como as instituições de saúde, onde a gestão estratégica e planejamento são decisivos para a eficiência dos serviços e a sustentabilidade das operações.
Esse cenário de transição é um convite para realinhar ações e também uma oportunidade de melhorar a gestão. 2025 é um ano decisivo, moldado por tecnologias emergentes, novas exigências de mercado, pressões socioambientais e mudanças nas dinâmicas de trabalho. O que antes era tratado como tendência pode rapidamente ser uma exigência competitiva.
De acordo com a Fundação Dom Cabral, em parceria com a PwC, o Índice de Transformação Digital do Brasil (ITDBr) médio em 2024 foi de 3,7 — um crescimento de 0,4 em relação ao ano anterior. O dado sinaliza um amadurecimento gradual, mas constante, da digitalização nas organizações brasileiras, especialmente em setores como o da saúde.
Nesse contexto, o investimento em tecnologia, bem-estar e sustentabilidade não aparece apenas como um diferencial, mas como parte integrante de um novo paradigma de gestão.
Levando em conta esse contexto, trouxemos para o leitor as cinco principais tendências em gestão estratégica e planejamento para 2025, além de outras que merecem atenção, com exemplos práticos, dados de mercado e análises aprofundadas.
1. Rolling forecast e a era do planejamento contínuo
O rolling forecast, ou orçamento contínuo, vem substituindo o planejamento tradicional anual em muitas organizações. Ao invés de estabelecer metas estáticas para os 12 meses seguintes, essa abordagem permite revisar previsões periodicamente — geralmente a cada trimestre ou mês — com base em dados atualizados e cenários em constante mudança.
Esse modelo é especialmente útil em um ambiente de negócios volátil, onde eventos inesperados (como crises sanitárias, mudanças regulatórias ou flutuações de mercado) podem impactar significativamente os resultados. Instituições de saúde, por exemplo, podem usar o rolling forecast para ajustar recursos conforme a demanda por atendimentos varia ao longo do ano.
Além disso, essa abordagem facilita decisões mais ágeis e fundamentadas, reforçando a conexão entre planejamento e execução. A digitalização dos processos financeiros e a adoção de ferramentas de Business Intelligence (BI) viabilizam esse modelo, pois permitem o acompanhamento em tempo real de indicadores-chave e projeções.
2. Inteligência artificial e automação: da análise à execução
A inteligência artificial (IA) deixou de ser uma promessa e já é aliada estratégica na rotina de gestores. A previsão de crescimento de quase 42% ao ano em investimentos em IA e IoT (Internet das Coisas), segundo a Allied Market Research, revela um apetite crescente por soluções que otimizem tempo, aumentem a precisão de decisões e reduzam custos operacionais.
Na prática, gestores podem usar IAs generativas para:
- Simular cenários de risco e retorno;
- Automatizar relatórios e dashboards;
- Criar fluxos de trabalho inteligentes;
- Identificar gargalos com base em dados históricos e comportamentais.
“Para garantir eficiência e longevidade à instituição de saúde, é preciso que a gestão se utilize dos diversos tipos de tecnologias disponíveis no mercado”, explica Sócrates Cordeiro, CEO da CeosGO. “Ferramentas de automatização são o caminho para se fazer mais com menos, gerando economia e redirecionamento de atividades.”
Os benefícios já são perceptíveis em áreas como logística hospitalar, controle de estoque, relacionamento com o paciente e compliance. Ao eliminar tarefas repetitivas, a tecnologia libera os profissionais para atividades mais estratégicas e humanas, como a tomada de decisão e a inovação.
3. ESG como parte do core da estratégia
A integração dos critérios ESG (ambiental, social e governança) à gestão estratégica e planejamento não é novidade, mas o que muda em 2025 é a profundidade com que esses pilares serão incorporados. De acordo com o estudo da FDC, organizações mais maduras digitalmente também demonstram maior aderência a práticas ESG.
O futuro aponta para uma gestão em que sustentabilidade e responsabilidade social não são áreas isoladas, mas dimensões incorporadas ao modelo de negócio. Isso se traduz em indicadores de performance ligados à emissão de carbono, à diversidade nas equipes e à transparência nos processos decisórios.
No setor da saúde, isso pode incluir desde a redução de resíduos hospitalares até políticas de acolhimento e valorização dos profissionais. Ambientes mais saudáveis e sustentáveis tendem a ser também mais eficientes, como mostram estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a correlação entre bem-estar no trabalho e produtividade.
4. Experiência do colaborador no centro da performance
Em 2025, o sucesso de uma estratégia também estará diretamente ligado ao engajamento e à satisfação dos colaboradores. Organizações que conseguem oferecer boas condições de trabalho, ambientes acolhedores e políticas de escuta ativa tendem a apresentar melhores resultados, menos rotatividade e maior inovação.
Na área da saúde, por exemplo, esse cuidado se traduz em jornadas mais equilibradas, apoio emocional, comunicação clara e investimentos em formação contínua. O foco na experiência do colaborador — também conhecida como Employee Experience (EX) — passa a ser um dos pilares da gestão moderna.
Ferramentas de análise de clima organizacional, feedback contínuo e programas de reconhecimento são exemplos de ações que podem ser implementadas com suporte da tecnologia. O importante é que a liderança entenda o bem-estar como parte estratégica da performance institucional.
5. Personalização em escala e o poder do dado
A tendência de oferecer experiências personalizadas não se limita ao marketing. Em 2025, veremos a personalização em escala ganhando espaço na gestão de processos, no relacionamento com pacientes/clientes e na comunicação interna.
Essa personalização só é possível graças à análise de comportamento e à integração de canais (omnichannel). No varejo, por exemplo, a estratégia omnichannel permite atender o cliente com fluidez, seja ele vindo do WhatsApp, site ou aplicativo. Na saúde, isso pode significar adaptar planos de cuidado com base no histórico clínico e preferências de cada paciente.
A personalização aumenta o engajamento, a retenção e a efetividade das ações. O desafio está em construir estruturas capazes de coletar, organizar e transformar dados em insights acionáveis. Isso exige investimentos em governança de dados, integração de sistemas e capacitação das equipes.
Outras tendências em ascensão
Além das cinco grandes tendências, outras movimentações importantes devem compor o panorama de 2025:
- Gestão baseada em indicadores preditivos: sair do olhar retroativo e investir em análises que antecipam comportamentos e resultados.
- Governança da informação: com a avalanche de dados, cresce a demanda por políticas sólidas de segurança, privacidade e uso ético.
- Plataformas integradas de gestão: ferramentas como ERPs e soluções específicas para nichos (como saúde e finanças) ganham protagonismo.
- Planejamento colaborativo e descentralizado: com times híbridos e mais autonomia nas pontas, o planejamento passa a ser co-criado.
O que esperar da gestão estratégica e planejamento em 2025?
A gestão estratégica e planejamento em 2025 será marcada pela flexibilidade, pela integração entre pessoas e tecnologia e pela capacidade de adaptação a novos contextos. O cenário mostra que quem lidera a transformação digital, investe em bem-estar e trata ESG como parte da estratégia está mais bem preparado para prosperar.
Não se trata mais apenas de projetar o futuro, mas de criar estruturas que respondam ao presente com inteligência, agilidade e propósito. A tecnologia não deve ser considerada um custo, mas um impulsionador de melhores negócios e, além disso, o colaborador não pode ser apenas mais um recurso, mas, sim, protagonista para que o planejamento seja executado de forma consistente.

