Indicadores de saúde pública: como a invisibilidade dos dados pode comprometer sua instituição

mãos utilizam tablet para analisar dados e indicadores

A falta de monitoramento adequado dos KPIs de saúde pública não apenas prejudica a qualidade do atendimento, mas também compromete a sustentabilidade financeira e operacional das instituições de saúde.

Você já parou para pensar no impacto que a ausência de indicadores de saúde pública pode ter na sua instituição? Enquanto muitos gestores reconhecem a importância dos dados para a tomada de decisão, poucos compreendem como a invisibilidade desses indicadores pode comprometer a qualidade do atendimento público.

Neste artigo, vamos explorar como a falta de monitoramento adequado dos KPIs de saúde pública pode afetar negativamente a instituição e, mais importante, como implementar uma gestão baseada em indicadores. 

 

O que são indicadores de saúde pública e por que são importantes? 

Os indicadores de saúde pública, também conhecidos como KPIs (Key Performance Indicators) de saúde, são métricas quantificáveis que permitem avaliar o desempenho de uma instituição de saúde em diversos aspectos. 

Eles fornecem uma visão objetiva sobre a qualidade do atendimento, a eficiência operacional e o impacto das ações de saúde na população atendida. 
Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), os indicadores de saúde são ferramentas essenciais para "auxiliar os Estados Membros da Região das Américas a selecionar, gerenciar, interpretar e usar os indicadores de saúde visando melhorar os resultados de saúde da população" (OPAS, 2024). 

Esses indicadores não são apenas números em uma planilha – eles representam a saúde da sua instituição e, por extensão, a saúde da população que você atende. 

Quando bem utilizados, permitem: 

  • Identificar problemas antes que se tornem críticos;
  • Otimizar recursos e reduzir desperdícios; 
  • Melhorar a qualidade do atendimento; 
  • Aumentar a satisfação dos pacientes; 
  • Garantir a conformidade com normas e regulamentações; 
  • Embasar decisões estratégicas com dados concretos. 

 

A invisibilidade dos indicadores: um problema silencioso 

Apesar da sua importância, muitas instituições de saúde ainda operam com pouca ou nenhuma visibilidade sobre seus indicadores. De acordo com um estudo publicado na revista Saúde e Sociedade, "a utilização de indicadores pode orientar os gestores de saúde no planejamento e na tomada de decisões, porém muitos gestores ainda enfrentam dificuldades na implementação e no monitoramento desses dados" (Saúde e Sociedade, 2023). 

Esta invisibilidade pode ocorrer por diversos motivos: 

  • Sistemas fragmentados: dados dispersos em diferentes sistemas que não se comunicam;
  • Falta de padronização: ausência de metodologias consistentes para coleta e análise;
  • Infraestrutura tecnológica inadequada: sistemas obsoletos que não permitem análises em tempo real;
  • Cultura organizacional não orientada a dados: resistência à tomada de decisão baseada em evidências;
  • Capacitação insuficiente: equipes sem o conhecimento necessário para interpretar e utilizar os indicadores. 

O resultado é uma gestão baseada em intuição e experiência pessoal, em vez de evidências concretas – um cenário que se torna cada vez mais arriscado no competitivo setor de saúde. 

 

O impacto da invisibilidade dos indicadores na sua instituição 

Quando os indicadores de saúde pública permanecem invisíveis ou subutilizados, as consequências podem ser graves e abrangentes: 

Impacto na qualidade assistencial


A falta de monitoramento adequado dos indicadores assistenciais pode levar a: 

  • Aumento de eventos adversos: sem o acompanhamento de métricas como taxa de infecção hospitalar ou incidência de erros de medicação, problemas recorrentes podem passar despercebidos.
  • Diagnósticos tardios: a ausência de indicadores de tempo médio para diagnóstico pode resultar em atrasos que comprometem o tratamento. 
  • Tratamentos ineficazes: sem métricas de efetividade clínica, torna-se difícil identificar protocolos que não estão gerando os resultados esperados.
  • Um estudo da Eu Médico Residente (2024) aponta que "os Indicadores de saúde são ferramentas de monitoramento e avaliação da situação de saúde de uma população, fornecendo informações quantitativas essenciais para a melhoria contínua dos serviços". 

Impacto financeiro e operacional 

Do ponto de vista financeiro e operacional, a invisibilidade dos indicadores pode resultar em: 

  • Desperdício de recursos: sem indicadores de eficiência, recursos podem ser mal alocados. 
  • Aumento de custos: a falta de monitoramento de indicadores como custo por paciente ou taxa de reinternação pode levar a gastos desnecessários. 
  • Queda na produtividade: sem métricas de produtividade clínica, torna-se difícil otimizar processos e fluxos de trabalho. 
  • De acordo com dados da eMed (2023), "o objetivo de qualquer instituição de saúde é fornecer atendimento de alta qualidade aos pacientes, mantendo lucratividade. Mas garantir que o desempenho do seu negócio seja de alto nível não é tarefa fácil sem o monitoramento adequado de KPIs". 

Impacto na experiência do paciente 


A experiência do paciente também é severamente afetada quando os indicadores permanecem invisíveis: 

  • Insatisfação com o atendimento: sem métricas de satisfação, problemas recorrentes podem não ser identificados e corrigidos. 
  • Tempos de espera prolongados: a falta de monitoramento do tempo médio de espera pode resultar em filas e atrasos no atendimento. 
  • Comunicação deficiente: sem indicadores de efetividade da comunicação, falhas na transmissão de informações podem persistir. 
  • Segundo a Sydle (2024), a experiência em hospitais nunca foi tão valorizada quanto agora e, por este motivo, também é um dos indicadores hospitalares que devem ser medidos. 


Os 10 principais indicadores de saúde pública 


Para superar a invisibilidade dos dados e garantir uma gestão eficiente, é fundamental monitorar os indicadores certos. Neste artigo, recomendamos o acompanhamento dos seguintes KPIs: 

  1. Taxa de ocupação de leitos: mede a relação entre o número de leitos ocupados e o total de leitos disponíveis, permitindo avaliar a capacidade operacional da instituição;
  2. Tempo médio de permanência: indica o tempo médio que os pacientes permanecem internados, sendo um importante indicador de eficiência e qualidade assistencial;
  3. Taxa de reinternação em 30 dias: mede o percentual de pacientes que retornam para internação em até 30 dias após a alta, sinalizando possíveis falhas no tratamento ou no processo de alta;
  4. Taxa de infecção hospitalar: monitora a incidência de infecções adquiridas durante a permanência no hospital, sendo um indicador crítico de segurança do paciente;
  5. Tempo médio de espera para atendimento: avalia o tempo que o paciente aguarda desde a chegada até o início do atendimento, impactando diretamente na satisfação;
  6. Taxa de mortalidade institucional: mede o percentual de óbitos ocorridos após 24 horas da admissão, sendo um indicador sensível da qualidade assistencial;
  7. Índice de satisfação do paciente (NPS): avalia a experiência do paciente e sua propensão a recomendar a instituição, sendo um importante indicador de qualidade percebida;
  8. Custo médio por paciente: calcula o custo médio do atendimento por paciente, permitindo análises de eficiência financeira e operacional;
  9. Taxa de adesão a protocolos clínicos: mede o percentual de conformidade com protocolos e diretrizes clínicas estabelecidas, garantindo a padronização e qualidade do cuidado;
  10. Taxa de resolutividade do atendimento: avalia a capacidade de resolver o problema de saúde do paciente no primeiro atendimento, sem necessidade de retornos ou encaminhamentos. 

Conforme destacado pela NCI Saúde (2018), "medir os principais KPIs na área da saúde serve para entender o desempenho de processos, produtos e serviços, permitindo identificar oportunidades de melhoria e tomar decisões mais acertadas". 

 

Como implementar uma gestão baseada em indicadores de saúde pública

Superar a invisibilidade dos indicadores requer uma abordagem estruturada e o uso de ferramentas adequadas. Aqui estão os passos essenciais para implementar uma gestão baseada em indicadores em sua instituição: 

1. Defina os indicadores relevantes para sua realidade 
Nem todos os indicadores são igualmente importantes para todas as instituições. É fundamental selecionar aqueles que estão alinhados com seus objetivos estratégicos e que refletem os aspectos críticos do seu negócio. 

2. Estabeleça metodologias claras de coleta e análise 
Para garantir a confiabilidade dos dados, é essencial definir metodologias padronizadas para coleta, cálculo e análise dos indicadores. Isso inclui definir fórmulas de cálculo, estabelecer periodicidade de coleta, determinar responsáveis pela coleta e análise e definir metas e parâmetros de referência.

3. Invista em tecnologia adequada
A tecnologia é uma aliada fundamental na gestão de indicadores. Sistemas integrados de gestão hospitalar, dashboards interativos e ferramentas de business intelligence podem transformar dados brutos em informações acionáveis. 

O GO Dash, por exemplo, é uma solução desenvolvida especificamente para instituições de saúde que desejam superar a invisibilidade dos indicadores. 

Com ele, é possível: 

  • Centralizar dados de diferentes fontes em um único ambiente; 
  • Visualizar indicadores em tempo real através de dashboards intuitivos; 
  • Configurar alertas para desvios significativos; 
  • Acompanhar tendências e identificar padrões ao longo do tempo.

4. Promova uma cultura orientada a dados 
A tecnologia sozinha não é suficiente. É preciso promover uma cultura organizacional que valorize a tomada de decisão baseada em evidências. Isso inclui a capacitação de equipes para interpretar e utilizar indicadores, a incorporação da análise de dados nas reuniões gerenciais, o reconhecimento de iniciativas baseadas em dados e a comunicação regular dos resultados e avanços obtidos 

5. Implemente ciclos de melhoria contínua 
A gestão de indicadores não é um projeto com início e fim, mas um processo contínuo de aprendizado e aprimoramento. Utilize metodologias como o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) para analisar os resultados obtidos, identificar oportunidades de melhoria e implementar ações corretivas. 


Transforme dados invisíveis em resultados transformadores

A invisibilidade dos indicadores de saúde pública não é apenas um problema técnico – é um desafio estratégico que pode comprometer seriamente o desempenho e a sustentabilidade da sua instituição. 

Ao implementar uma gestão baseada em indicadores, apoiada por ferramentas como o GO Dash, você transforma dados invisíveis em resultados visíveis, beneficiando pacientes, profissionais e a instituição como um todo. 


Conte com a CeosGO para apoiá-lo nessa jornada. 

Referências:
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Indicadores de saúde: definição, usos e atributos. 2024. Disponível em: https://www3.paho.org/hq/index.php?option=com_docman&view=download&alias=45251-

Revista Saúde e Sociedade. Percepção dos gestores sobre o uso de indicadores nos serviços de saúde. 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/WNBg3wrRFBZsdVFRb9CbPxG/

Eu Médico Residente. Indicadores de saúde: quais são, importância e para que servem. 2024. Disponível em: https://www.eumedicoresidente.com.br/post/indicadores-de-saude-quais-sao

13 Melhores KPIs e métricas de saúde. 2023. Disponível em: https://emed.com.br/13-melhores-kpis-e-metricas-de-saude/

Sydle. 10 indicadores hospitalares essenciais para a gestão em saúde. 2024. Disponível em: https://www.sydle.com/br/blog/indicadores-hospitalares-63d18e9b4ab2f16c85451a14

NCI Saúde. Você sabe quais são os principais KPI's na área da saúde? 2018. Disponível em: https://blog.ncisaude.com.br/voce-sabe-quais-sao-os-principais-kpis-na-area-da-saude-2/

 

 

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